Friday, January 27, 2012

A postcard a day keeps the sadness away #14*


«Vai um copinho de vinho tinto?»


*Ou um postal a incluir na série «Sobriety is overrated».

Thursday, January 26, 2012

Wednesday, January 25, 2012

Lista #7: Livros lidos desde Abril deste ano* e alguns sobre os quais não me pretendo pronunciar - Parte II

11 - O Amante, Marguerite Duras: saí cheia de expectativa e, afinal, não me trouxe nada que me aprouvesse neste diário íntimo da jovem moça. Mas como de costume, nada como ler para crer.

12 - O Pêndulo de Foucault, Umberto Eco: vale pelo facto de Eco ser um cultíssimo estudioso e pela propriedade com que escreve sobre os temas abordados. Além de que a temática subjacente vai mais além das típicas conspirações Vaticano-Opus Dei de uns quantos outros que escrevem dentro do género e que para aí andam.

13 - O Historiador, Elizabeth Kostova: livro grande, daqueles com 600 páginas, feito para ler na praia, ou noutro local qualquer, de barriga para o ar. Tem os elementos que nos fazem virar a página e a narrativa é previsível. Bom para passar tempo.

14 - La Coca, José Rentes de Carvalho: o livro das férias, em todos os sentidos. Rentes de Carvalho leva-nos do Minho à Holanda, e eu levei-o - ao livro - de Viana do Castelo a Amesterdão. O narrador fala da sua infância no Norte de Portugal e eu recordo a minha criancice com o meu avô minhoto. Talvez por isso seja suspeita, quando declaro que tanto gostei do livro.

15 - Le Secret de l'Espadon, E. P. Jacobs: comecei ao contrário - primeiro os episódios da animação depois o livro -, mas não me posso queixar: já mal me recordo do que vi. Foi bom, primeiro que tudo, para perceber que o francês não se esqueceu e também para me divertir um pouco com um livro de aventuras.

16 - Uma Conspiração de Estúpidos, John Kennedy Toole: e a propósito de divertimento, não podia deixar este de fora. Foi o livro que mais me fez rir nos últimos tempos. Ignatius Reilly é inesquecível e apesar de passarmos a maior parte do livro a tentar perceber o motivo do título, no final, as peças encaixam e há, efectivamente, uma conspiração de «estúpidos».

17 - A Trilogia de Nova Iorque, Paul Auster: acho que Paul Auster não faz o meu tipo. Demasiados detectives, demasiados problemas de identidade.

18 - Sputnik, Meu Amor, Haruki Murakami: outro que me passou um pouco ao lado. Li-o com grande velocidade, tentando compreender onde era suposto chegar, mas quando lá cheguei fiquei bastante desiludida. Não sei ainda se Murakami faz o meu género. Mas dar-lhe-ei uma hipótese: Norwegian Wood repousa na secretária.

19 - O Memorial do Convento, José Saramago: é belo, muito belo. Apreciei o contraste entre classes, enamorei-me da história de Baltasar e Blimunda. Confesso com alguma vergonha que Saramago ainda não entrara na minha dieta literária, mas depois desta maravilhosa experiência, será regular.

20 - As Teorias Selvagens, Pola Oloixarac: this is a work in progress. Quando terminar, dou notícias.

* Deste ano que era 2011 e já passou a 2012. 

Monday, January 23, 2012

Lista #7: Livros lidos desde Abril deste ano* e alguns sobre os quais não me pretendo pronunciar - Parte I

Em Abril ainda me encontrava a ler livros e papers que reforçassem a parte teórica da dissertação final de mestrado. Mas a necessidade de outras leituras foi mais forte e fui pegando nos livros fininhos da estante para desenjoar. O resultado foi este, por ordem cronológica.

1 - A Tentação do Ocidente, André Malraux: a troca de correspondência entre um chinês na Europa e um europeu na China não é assim tão emocionante quanto pensava. O livro foi lido a custo, embora a perspectiva da personagem chinesa fosse sem dúvida a mais interessante, desiludida com alguns dos traços do pensamento ocidental.

2 - Nadja, André Breton: foi mera coincidência os Andrés serem lidos um após o outro. Há muitas referências a outros surrealistas, nomeadamente a Man Ray, ao longo do texto e o livro acaba por deixar perpassar muitos aspectos característicos do sentimento - será isso, sentimento? - surrealista. No entanto, não sei até que ponto Nadja é uma obra de ficção, ou se assenta em eventos reais. Será uma mistura de ambos, talvez. Honestamente, cheguei ao final a pensar que os indivíduos desta época estavam de facto muito à frente, ou então eram apenas um pouco alterados.

3 - O Japão é Um Lugar Estranho, Peter Carey: o autor de Oscar e Lucinda é um apaixonado pelo País do Sol Nascente e perfeitamente habilitado a escrever sobre ele. O livro foi lido por motivos óbvios - para confrontar a minha percepção do Japão com a do escritor - e o resultado foi bastante satisfatório: as nossas ideias sobre o país são semelhantes, embora a minha estadia por lá tenha sido muito mais breve que a dele.

4 - Nenhum Olhar, José Luís Peixoto: é como se, subitamente, Garcia Márquez tivesse ido até Galveias. E, sim, eu sei, este não foi o seu primeiro romance, mas esse ainda não comprei e, como tal, ainda não li. (Oh, private joke...)

5 - Naïf. Super., Erlend Loe: não conhecia, mas rapidamente compreendi o seu sucesso nos países nórdicos. Embora soe a feel good book, não o é. As verdades difíceis estão todas lá. Custe o que custar. Ah, e claro, oferece soluções práticas para a resolução de problemas, como as famosas tábuas de martelar.

6 - Crónica dos Bons Malandros, Mário Zambujal: a lacuna foi preenchida e originou muitos sorrisos, à época necessários. Foi muito bom conhecer estes bons malandros e as outras histórias que vêm atrás.

7 - Por Este Mundo Acima, Patrícia Reis: o poder dos livros é imenso. E a Patrícia é uma fabulosa contadora de histórias. Por isso não conto mais, leia-na que vale a pena.

8 - A Noite das Mulheres Cantoras, Lídia Jorge: uma escrita límpida e a perspectiva de uma mulher como nunca eu lera. É o seu último livro, poderá, segundo os conhecedores da sua obra, não ser o mais extraordinário, mas foi através dele que Lídia Jorge me foi apresentada e é a partir dele que espero vir a conhecer todos os seus livros anteriores.

9 - o nosso reino, valter hugo mãe: leu-se de um trago, começou-se pelo primeiro. E valeu bem a pena. É triste, mas profundamente belo. Como a escrita do Valter é.

10 - o apocalipse dos trabalhadores, valter hugo mãe: ao contrário d'o nosso reino, que me comoveu, este apocalipse compôs-se de risos. E, embora não seja tão brilhante como o reino, será porventura um dos preferidos.

* Deste ano que era 2011 e já passou a 2012. 

A postcard a day keeps the sadness away #12

Uma preciosidade na minha pequena colecção cinematográfica: versão nipónica de Le Fabuleux Destin D'Amélie Poulain.


Friday, January 13, 2012

Num dia qualquer...

... abri um caderno vazio que descobri no fundo de uma velha gaveta. Voltei a ter seis anos e aquele era o cheiro das folhas brancas que nunca foram usadas, à espera que alguém lá deixe um pouco do que é.

Francisco Goya, detalhe de Perro Semihundido