Sunday, June 26, 2011

A postcard a day keeps the sadness away #9

Ah, Dustin, eu também queria estar na piscina!


Ou praia, varanda, espreguiçadeira... algures com um livrinho a tomar banhos de sol.

Friday, June 24, 2011

A postcard a day keeps the sadness away #8

Ah, férias! Bem necessitada delas estou.



Um passeio de Vespa por Roma e um novo corte de cabelo vinham  mesmo a calhar.

Thursday, June 23, 2011

A postcard a day keeps the sadness away #7

A ver se a «magia» destes postais funciona no dia de hoje. A propósito de tristeza que faz sorrir, lembrei-me deste filme, um dos que mais gosto: Wilbur Wants To Kill Himself.



Wilbur bem que se quer matar, mas não consegue. Falhou tantas vezes ao ponto de cada regresso ao hospital mais que embaraçoso, se tornar ridículo.

Saturday, June 18, 2011

A postcard a day keeps the sadness away #6

Às vezes dou por mim a trautear a cantiga e a pensar num Marshmellow Man gigante. Ah, o ser-se piqueno...

«If there's something strange in your neighborhood. You ya gonna call?
GHOSTBUSTERS!»

Thursday, June 16, 2011

A postcard a day keeps the sadness away #5

A questão que se coloca esta manhã, aqui proferida por Dirty Harry. Faço minhas as suas palavras.

«Do you feel lucky, punk?»

Wednesday, June 15, 2011

A postcard a day keeps the sadness away #4

Postal a propósito de prazos de validade e outras coisas que tais. 



Respondendo à pergunta do rapaz, se o amor tem prazo de validade, como as latas de pêssego, ou outra fruta em conserva: rapaz, o amor não vem enlatado e não se compra no supermercado. Agora soma dois mais dois e verifica se o resultado desta equação é quatro. -.-

Sunday, June 12, 2011

A postcard a day keeps the sadness away #3

Nunca um postal fez justiça ao título da série de posts como este:


Só falta John Cleese and the world deadliest joke!

Friday, June 10, 2011

À procura de um grande espadarte #1

Estou a braços com um longo texto que exige, além de concentração e uma grande força de vontade, ideias. Decidi, portanto, consultar «o oráculo». Ora, «o oráculo» da minha adolescência é o senhor David Lynch, que, por acaso, também escreve livros. Às vezes, quando não está a pintar ou a fazer filmes e outras coisas que tais. Bom, prosseguindo, acho que é a pessoa indicada para falar de IDEIAS. E isto é o que ele tem a dizer sobre o assunto:

«Uma ideia é um pensamento. É um pensamento que contém mais do que se pensa que contém quando se o recebe. Mas, naquele primeiro momento, dá-se uma faísca. Numa banda desenhada, se alguém tem uma ideia, acende-se uma lâmpada. Acontece num instante, tal como na vida.
Seria óptimo se o filme inteiro viesse todo de uma só vez. Mas vem, para mim, em fragmentos. Aquele primeiro fragmento é como a Pedra de Roseta. É a peça do puzzle que indica o resto. É uma peça do puzzle esperançosa. 
Em Veludo Azul, foi lábios vermelhos, relvados verdes e a canção - a versão de Blue Velvet, de Bobby Vinton. A coisa seguinte foi uma orelha caída num campo. E foi tudo.
Uma pessoa apaixona-se pela primeira ideia, por aquele pedacinho minúsculo. E, depois de a ter, o resto há-de vir com o tempo.»

[Retirado de Catching The Big Fish (Em Busca do Grande Peixe, ed. Estrela Polar)]

Espero que tenhas razão, ó David. Espero que o tempo traga o resto da ideia depressinha!

Nota ao título: Refiro-me ao espadarte, peixe pescado pelo Velho, personagens de O Velho e o Mar de Ernest Hemingway. Agora somem dois mais dois e retirem um sentido do título. -.-

Thursday, June 9, 2011

Se numa noite de quase verão uma leitora #1

A propósito do prazer da leitura, um excerto que muito aprecio por Italo Calvino - um Nobel que nunca o foi - retirado de Se una notte d’inverno un viaggiatore (ed. Mondadori).

Uma tipologia de livros perfeitamente válida:

«Già nella vetrina della libreria hai individuato la copertina col titolo che cercavi. Seguendo questa traccia visiva ti sei fatto largo nel negozio attraverso il fitto sbarramento dei Libri Che Non Hai Letto che ti guardavano accigliati dei banchi e dagli scaffali cercando d’intimidirti. Ma tu sai che non devi lasciarti mettere in soggezione, che tra logo s’estendono per ettari ed ettari i Libri Che Puoi Fare A Meno Di Leggere, i Libri Fatti Per Altri Usi Che La Lettura, i Libri Già Letti Senza Nemmeno Bisogno D’Aprirli In Quanto Apartenenti Alla Categoria Del Già Letto Prima Ancora D’Essere Stato Scritto. E così superi la prima cinta dei baluardi e ti piomba addosso la fanteria dei Libri Che Se Tu Avessi Più Vite Da Vivere Certamente Anche Questi Li Leggeresti Volontieri Ma Purtroppo I Giorni Che Hai Da Vivere Sono Quelli Qui Sono. Com rapida mossa li scavalchi e ti porti in mezzo alle falangi dei Libri Che Hai Intenzione Di Leggere Ma Prima Ne Dovresti Leggere Degli Altri, dei Libri Troppo Cari Che Potresti Aspettare A Comprarli Quando Saranno Rivenduti A Metà Presso, dei Libri Idem Come Sopra Quando Verranno Ristampati Nei Tascabili, dei Libri Qui Potresti Domandare A Qualcuno Se Te Li Presta, dei Libri Che Tutti Hanno Letto Dunque È Quase Come Se Li Avessi Letti Anche Tu. Sventando questi assalti, ti porti sotto le torri dei fortilizio, dove fanno resistenza
i Libri Che Da Tanto Tempo Hai In Programma Di Leggere,
i Libri Che Da Anni Cercavi Senza Trovarli,
i Libri Che Riguardano Qualcosa Di Cui Ti Occupi In Questo Momento,
i Libri Che Vuoi Avere Per Tenerli A Portata Di Manno In Ogni Evenienza,
i Libri Che Potresti Mettere Da Parte Per Leggerli Magari Quest’Estate,
i Libri Che Ti Mancano Per Affiancarli Ad Altri Libri Nel Tuo Scaffale,
i Libri Che Ti Ispirano Una Curiosità Improvvisa, Frenetica E Non Chiaramente Giustificabile.
Ecco che ti è stato possibile ridurre il numero illimitato di forze in campo a un insieme certo molto grande ma comunque calcolabile in un numero finito, ache se questo relativo sollievo ti vieni insidiato dalle imboscati dei Libri Letti Tanto Tempo Fa Che Sarebbe Ora Di Rilerggerli e dei Libri Che Hai Sempre Fatto Finta D’Averli Letti Mentre Sarebbe Ora Di Decidessi A Leggerli Davvero.
Ti liberi con rapidi zig zag e penetri d’un balzo nella cittadella delle Novità Il Cui Autore O Argomento Ti Attrae. Anche all’interno di questa roccaforte puoi praticare delle brecce tra le schiere dei difensori dividendole in Novità D’Autori O Argomenti Non Nuovi (per te o in assoluto) e Novità D’Autori O Argomenti Completamente Sconosciuti (almeno a te) e definire l’attrativa che esse esercitano su di te in base ai tuoi desideri e bisogni di nuovo e di non nuovo (del nuovo che cerchi nel non nuovo e del non nuovo che cerchi nel nuovo).
Tutto questo per dire che, percorsi rapidamente con lo sguardo i titoli dei volumi esposti nella libreria, hai diretto i tuoi passi verso una pila di Se una notte d’inverno un viaggiatore freschi di stampa, ne hai afferrato una copia e l’hai portata alla cassa perché venisse stabilito il tuo diritto di proprietà su di essa.» 

Monday, June 6, 2011

Ratão, um amigão

Será do tempo, talvez: hoje sinto-me cinzenta. Vale-me a companhia do rato de biblioteca, Ratão de seu nome. Aqui fica o retrato do bicho que me acompanha nestes dias:


Obrigada, Ratão, por seres meu amigo! -.-

Sunday, June 5, 2011

Frase do Dia #20

Ainda a propósito de Roma, Cidade Eterna, desta vez por Luigi Pirandello, em O Falecido Mattia Pascal (ed. Cavalo de Ferro).

«- Porque vive em Roma, senhor Meis?
- Porque gosto de cá viver...
- E, no entanto, é uma cidade triste - observou ele, abanando a cabeça. - Muita gente se admira com o facto de nenhum empreendimento aqui resultar, de nenhuma ideia criativa ganhar raízes. Mas essas pessoas maravilham-se porque não querem reconhecer que Roma está morta.
- Roma também está morta?! - exclamei, consternado.
- Há muito tempo, senhor Meis! E é vão, acredite, todo e qualquer esforço para a fazer reviver. Fechada no sonho do seu passado majestoso, já não quer saber desta vida mesquinha que se obstina a formigar à sua volta. Quando uma cidade teve uma vida como Roma, com características tão especiais, não pode tornar-se uma cidade moderna, ou seja, uma cidade como outra qualquer. Roma jaz, com o seu grande coração despedaçado, da parte de trás do Campidoglio. Serão porventura de Roma estas casas novas? Olhe, senhor Meis. A minha filha Adriana falou-me da pia de água benta que estava no seu quarto, lembra-se? A Adriana tirou-a do seu quarto, mas no outro dia caiu-lhe das mãos e quebrou-se. Sobrou apenas a conchinha, que está agora no meu quarto em cima da minha escrivaninha, e que eu destinei ao uso que o senhor inicialmente, de maneira distraída, lhe deu. Pois bem, senhor Meis, o destino de Roma é semelhante. Os papas fizeram dela - a seu modo, claro está - uma pia de água benta; nós italianos fizemos dela - a nosso modo - um cinzeiro. Viemos de todos os lados do país para sacudir para dentro dela as cinzas do nosso charuto, que é, de resto, o símbolo da frivolidade desta nossa vida misérrima e do amargo e venenoso prazer que ela nos dá.»

Saturday, June 4, 2011

Frase do Dia #19



Roma, a cidade das ilusões. Roma segundo Gore Vidal:

«Gosto dos romanos. Não se importam se vivem ou morrem. São como os gatos. E esta é a cidade das ilusões. É uma cidade, antes de tudo, da Igreja, do governo, do cinema. Todos fabricantes de ilusões. (...)  Qual lugar melhor que esta cidade, que já morreu tantas vezes, e ressuscitou tantas vezes, para ver o verdadeiro final através da poluição e superpopulação? Parece-me o lugar perfeito para ver se acabamos ou não.»

(Recuperado de Roma de Fellini, 1972)